'
Toda vez que te olho, crio um romance. Te persigo, mudo todos instantes.
Falo pouco, pois não sou de dar indiretas. Me arrependo do que digo em frases incertas.
Se eu tento ser direito, o medo me ataca, sem poder nada fazer.
Sei que tendo me vencer e acabar com a mudez. Quando eu chego perto, tudo esqueço e não tenho vez.
Me consolo, foi errado o momento, talvez. Mas na verdade, nada esconde essa minha timidez.
Eu carrego comigo a grande agonia de pensar em você, toda hora do dia. Na verdade nada esconde essa minha timidez.
Talvez escreva um poema no qual grite o seu nome. Nem sei se vale a pena. Talvez só telefone.
Eu me ensaio, mas nada sai. O seu rosto me distrai.
E, como um raio, eu encubro, eu disfarço. Eu respiro bem fundo, hoje digo pro mundo. Mudei rosto e imagem, mas você me sorriu. Lá se foi minha coragem, você me inibiu.
♫