sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Stefan e Elena ²

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Os olhos dela se fecharam ao toque, o rosto se inclinando para ele. Stefan sentiu a umidade em seus dedos e um riso ficou preso na garganta. Lágrimas de sonho. Mas eram reais, ela era real. Elena.
A doçura o penetrou. Um prazer tão agudo que era uma dor, só de retirar as lágrimas do rosto dela com seu polegar.
Toda a ternura frustrada dos últimos seis meses, toda a emoção que ele manteve presa no coração por tanto tempo saíram de uma vez, submergindo-o. Afogando os dois. Bastou um movimento mínimo e ele a abraçava.
Um anjo em seus braços, frio e eletrizado de vida e beleza. Um ser de chama e ar. Ela tremia em seu abraço; depois, de olhos ainda fechados, ergueu os lábios.
Não havia frieza alguma naquele beijo. Provocou faíscas em Stefan, derretendo e dissolvendo tudo o que  havia em volta. Ele sentiu seu controle se desfazer, o controle que se esforçava tanto para manter desde que a perdera. Tudo dentro dele se abalava e se soltava, todos os nós desatados, todas as comportas abertas. Ele podia sentir as próprias lágrimas ao abraçá-la, tentando fundi-los numa só carne, num só corpo. Para que nada pudesse separá-los novamente.


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